Senso comum versus Ciência

     O Senso Comum refere-se ao conjunto de opiniões tão geralmente aceites em época determinada que as opiniões contrárias aparecem como aberrações individuais, ou seja o senso comum varia com a época, ou antes, de acordo com o conhecimento relativo alcançado pela maioria, num determinado período histórico. O senso comum constitui um corpo de crenças necessárias para manter uma visão explicativa e inteligível do mundo. Entre essas destacam – se as crenças da existência do mundo, independentemente da percepção que dele temos; as relações causais, que ocorrem no passado, voltarão a ocorrer no futuro, as outras pessoas possuem estados de consciência, somos a mesma pessoas em cada dia que passa; as pessoas têm sentimentos, são criaturas auto – conscientes e capazes de auto controle. É este tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso quotidiano que é chamado de senso comum. Sem esse conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativa e erros, seria muito complicada a nossa no dia – a -  dia. O senso comum, na produção desse tipo de conhecimento vai do hábito à tradição, a qual quando instalada passa de geração em geração. É na tentativa de facilitar o dia – a – dia que o senso comum produz as suas próprias “teorias”.

     Em suma, o senso comum integra, de um modo precário o conhecimento humano, dando-nos uma visão simplificada do mundo. Por outro lado a ciência pode ser considerada como um método de pesquisa baseado na faculdade racional do ser humano e na comprovação experimental do facto pesquisado. O quotidiano e o conhecimento cientifico que temos da realidade aproximam-se e afastam-se: aproximam-se porque a ciência se refere ao real, afastam-se porque a ciência abstrai a realidade para compreende-la melhor.

     Ou seja, a ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos e factos da realidade (objecto de estudo), expresso através de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programática sistemática, e controlada para que se permita a verificação da sua validade. O saber pode assim ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido. Ou seja, a ciência caracteriza – se como um processo. A ciência tem ainda uma característica fundamental: ela aspira à objectividade. As suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para, assim tornarem – se válidas para todos.

     Isto é, o objecto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento, objectividade, fazem da ciência uma forma que supera em muito o conhecimento espontâneo do senso comum.

     Desta forma, há luta entre o senso comum que se encontra na cauda do processo do conhecimento e a ciência que está na cabeça. A ciência e o senso comum são dois pólos de um mesmo fenómeno. O pólo da ciência apresenta a parte dinâmica do fenómenos que faz o conhecimento evoluir. É a fase construtora do conhecimento. O pólo do senso comum representa a fase conservadora do conhecimento e por isso tem a característica de imobilidade tendendo a se repetir num ciclo fechado, eternamente se não for fecundado pelo dinamismo da ciência.

     No entanto a relação entre a psicologia científica e o senso comum varia conforme a área da psicologia considerada.

 

"A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega." (Albert Einstein)

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Gonçalo Ferreira / João Pereira

Porto, Portugal

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